Aqui na foto aparecem dois menininhos lindos apontando para uma florzinha delicada. E eles têm motivo para estar bem felizes com esse florescer.

Tudo começou dois anos antes, quando Mateus chegou da escola trazendo numa garrafa pet uma peixinha Beta, presente da querida professora de Português, tia @danimonassa, a seus alunos.
Não tínhamos nenhum animal de estimação, então achei a iniciativa ótima e fomos providenciar um aquário, areia branquinha, um barquinho onde ela pudesse se esconder lá dentro, conchinhas e diversas plantinhas pra ela se divertir.

O nome escolhido foi Dory e Mateus era super preocupado com a alimentação dela, tinha o cuidado de contar a ração porque descobriu que o excesso de comida reduzia a expectativa de vida dela. Rafinha ajudava a lembrar do dia da limpeza do aquário e tentava, quando o irmão deixava, ser o responsável pela ração de vez em quando (Mateus sempre se considerou o responsável por ela e fazia questão de alimentá-la na maioria das vezes, então, sim, eles negociavam isso😊)
E funcionou.

Dory viveu por aqui por dois anos de aventuras e cuidados diários, de dois menininhos aprendendo a cuidar de um ser vivo e torcendo para ela ser eterna.
Mas no dia 01/03/ 2023 a Dory já não subiu nadando pra receber sua ração.
Rafinha foi quem percebeu e a retirou do cantinho no fundo do aquário que ela escolheu como seu lugar de repouso final.

Eles sentiram sua partida, nós também.
Foi um momento de aprendizado, deles entenderem que o ciclo da vida inclui a morte e que precisamos aprender a lidar com ela.

Estávamos conversando sobre onde enterrá-la, quando pensei nos nossos vasinhos de planta. Ela era pequena, não precisava de um quintal, um vaso seria suficiente e poderíamos plantar nele nossos brotinhos de flores.
Expliquei que com isso ela se transformaria, com sua decomposição e fazendo parte da terra, em outra forma de vida, que futuramente poderíamos vê-la de outra forma, nas flores que cresceriam.
Então, assim fizemos. Plantamos a Dory. E sobre ela, os brotinhos de nossas flores.

No dia 30/03, ela floresceu em cor amarela e em sorrisos de compreensão de dois menininhos que entenderam que, de uma outra maneira, a vida continua, sempre.

Este texto foi escrito por Janaina Tirapelle, autora original e exclusiva do conteúdo aqui apresentado. Todas as ideias, reflexões e construções expressas são fruto de vivências, estudos e percepções pessoais. Este material é protegido por direitos autorais. Sua reprodução, total ou parcial, bem como qualquer forma de uso, citação, adaptação, compartilhamento ou publicação em qualquer meio (físico ou digital), não estão autorizadas sem citação da fonte e prévia e expressa autorização do autor. O desrespeito a esta condição constitui violação de direitos autorais, sujeita às penalidades previstas em lei.